Caros leitores e comunidade em geral,
em decorrência do término do 2º bimestre do ano letivo, no dia de hoje, a IESI
reuniu pais e ou responsáveis convocados e educadores, para tratarem assuntos
inerentes ao desempenho dos filhos com informes didáticos pedagógicos, processo
de avaliação, informações do 2º semestre e leitura e reflexão do texto de Ceres
Araújo sobre os SUPERFILHOS, como pode ser lido na íntegra logo abaixo:
“Os pais dominados têm medo de seus filhos: do escândalo,
das birras quando bebes, dos desafios e oposições quando crianças e da agressão
e do desdém quando adolescentes. Os pais não reagem se submetem e ainda
justificam as atitudes dos filhos dizendo serem eles donos de “personalidade
forte”, “líderes natos”, etc... Na realidade, estão confundindo teimosia e
obstinação com perseverança; falta de educação com movimentos de afirmação;
agressividade com forca”.
Mais uma vez é preciso alertar para um problema que está
se tornando muito comum na nossa sociedade e na nossa época: filhos que mandam
nos pais e pais que obedecem.
Ainda que nem todos os pais, nessa
situação, reconheçam ou admitam, o fato é que eles se tornam reféns das
vontades de seus filhos.
Por que isso está acontecendo? Quais
serão as consequências no futuro?
Os bebês da atualidade mostram-se
muito precoces, pois estão recebendo grande quantidade de estímulos de ordens
muito diversas, o que faz com que o processamento da informação no cérebro seja
muito complexo e necessariamente muito veloz desde muito cedo. O cérebro do
bebê de hoje é, portanto, muito diferente do cérebro do bebê de anos atrás.
Estamos criando superbebês. Os pais
sabem disso e, com razão, se maravilham com as proezas de seus filhos, que
parecem extremamente bem dotados. Eles interagem, andam, falam, leem mais
precocemente, quando comparados aos padrões usuais de desenvolvimento.
Os superbebês se transformam nas
supercrianças. São observadoras, curiosas e utilizam os meios eletrônicos de
comunicação com destreza impressionante. Apreendem e aprendem tudo rapidamente,
realizando associações e generalizações que nos surpreendem.
As supercrianças crescem e se
transformam nos superadolescentes. Constroem seu conhecimento, manipulando
inúmeros recursos tecnológicos quase que simultaneamente e acreditam que sabem
tudo, mais que seus pais e professores. Muitas vezes sabem mais mesmo.
Os superfilhos são seres admiráveis
sim e precisam do “olhar coruja” de seus pais, que é o olhar que incentiva e
impulsiona o crescimento. Entretanto, eles necessitam também de princípios,
valores, normas, regras que dirijam seu desenvolvimento e que lhes oriente o
aprendizado da vida. Esses são os limites, tão necessários, que protegem e
fortalecem a mente do bebê, da criança e do adolescente, ensinando a lidar com
frustração, a tolerar esperas, a levar em consideração as outras pessoas e a
fazer trocas afetivas e intelectuais.
Longe de afirmar que todas as famílias
não estão funcionando bem. Existem pais que valorizam muito bem seus filhos,
mas que também os educam para se transformarem em seres civilizados,
disciplinados e eficientes na sua adaptação ao mundo.
Entretanto, existem famílias
disfuncionais. Dentre elas, as famílias onde há uma inversão de papéis. Os
pais, encantados com as habilidades de seus filhos, os colocam na posição de
serem venerados. Essa posição não faz bem para ninguém, pois ao serem
venerados, os filhos mandam, ganham um poder que não sabem administrar e tendem
a manter seus pais em uma relação de domínio e subjugação. Os pais dominados
têm medo de seus filhos: do escândalo das birras quando bebês, dos desafios e
oposições quando crianças e da agressão e do desdém quando adolescentes. Os
pais não reagem, se submetem e ainda justificam as atitudes dos filhos, dizendo
serem eles donos de “personalidade forte”, “lideres natos”, etc.. Na realidade,
estão confundindo teimosia e obstinação com perseverança; falta de educação com
movimentos de afirmação; agressividade com força.
O fato é que a vida futura desses
superfilhos não será nada fácil, pois pais são modelos de identidade e também
modelos de autoridade. Pais frágeis, desvalorizados e desrespeitados são
péssimos modelos para seus filhos. Esses crescem sem um adequado sistema
interno de referência para a vida. São frágeis, sem consistência interna,
pobres do ponto de vista psíquico. Apenas estão acostumados a mandar e esperam
ser obedecidos. Tendem a encontrar dificuldades nos grupos onde se inserem,
desde grupos sociais até grupos de trabalho. São marginalizados com frequência.
Não foram ajudados a desenvolver suas competências necessárias às trocas
interpessoais. Transformam-se em adultos que precisam ser tolerados muitas
vezes, mas que não serão respeitados e queridos.
Assim, os filhos precisam ser amados e
não devem ser venerados. São, nos dias de hoje, seres admiráveis, espertos,
ávidos de informação e de novidades, mas que precisam aprender a obedecer, a
ceder, a perceber e considerar o outro. Se limites são a maior prova de amor
que os pais podem dar para seus filhos, um sistema de princípios, valores e de
ética, é, com certeza, a maior herança que os pais podem deixar para eles.
Por
Marketing e Eventos
0 comentários:
Postar um comentário